Você é emocionalmente inteligente?
Já faz algum tempo que as empresas têm percebido a importância de avaliar características intrínsecas dos profissionais, que inicia no processo seletivo, quando estão atraindo seus talentos. Habilidades técnicas podem ser treinadas, desenvolvidas e aperfeiçoadas, no entanto, características pessoais, como a inteligência emocional, precisa de muita dedicação no autodesenvolvimento.
É por isso que se torna cada vez mais relevante aprender a identificar os sinais de inteligência emocional nos profissionais. Para isso, é necessário utilizar diferentes estratégias que permitam reconhecer essa característica logo de cara.
A Inteligência emocional caracteriza-se pelo modo como as pessoas lidam com suas emoções, bem como as das pessoas próximas. Isto envolve características como empatia, motivação, liderança, cooperação, autoconsciência. No entanto, é importante entender que isso não diz respeito apenas aos relacionamentos interpessoais, mas também a relação do indivíduo consigo mesmo.
No aspecto profissional, a inteligência emocional gera alguns resultados específicos que podem ser muito benéficos para a organização, tais como profissionais que se apresentem mais focados, confiantes, flexíveis e tolerantes.
É importante lembrar que por mais que um indivíduo possua muita inteligência intelectual, não dominar suas próprias emoções pode comprometer sua carreira ou seu convívio com colegas de trabalho, se não souber lidar com seu emocional quando submetido a situações de estresse e tensão.
As organizações estão cada vez mais atentas, pois a inteligência emocional é capaz de afetar diversos aspectos da vida, como:
- Desempenho no trabalho – quem desenvolve inteligência emocional estabelece maior controle sobre seus fatores de motivação, liderança, relacionamento interpessoal, resolução de conflitos e solução de problemas;
- Saúde física – altos níveis de estresse gerados pela falta de controle emocional contribuem para o aumento da pressão arterial, infertilidade e supressão do sistema imunológico, por isso, a inteligência emocional evita problemas de saúde;
- Saúde mental – ansiedade e depressão também são fatores desenvolvidos por quem não consegue estabelecer controle sobre suas emoções;
- Relacionamentos interpessoais – pessoas emocionalmente inteligentes conseguem entender e expressar melhor os sentimentos, o que contribui para a construção de relações mais fortes.
O pesquisador, psicólogo e PhD Daniel Goleman, da Universidade de Harvard, é o profissional responsável pela identificação da inteligência emocional como um dos fatores que impulsionam profissionais com desempenhos acima da média. Segundo Goleman, algumas características demonstram inteligência emocional.
Se você identificar algum desses traços, saiba que tem um belo futuro. Agora se não tem, ao menos saberá onde começar a melhorar para se tornar um indivíduo mais à frente, um ótimo funcionário e até um grande líder. Vamos entender cada uma:
– Autoconsciência
A autoconsciência nada mais é que a capacidade de sintonizar as suas emoções. É assim que o sujeito aprende a como controlá-las e a tirar o melhor de cada uma. Ele sabe exatamente o que está sentindo, mas também o porquê está sentindo aquilo. O que o trouxe até ali? Essa noção irá ajudá-lo a saber como reagir.
Tendemos a entrar em pânico em situações em que as emoções estão à flor da pele. E pode ser qualquer uma: o medo, a raiva e até a felicidade. A autoconsciência te ajuda a lidar em cada uma, tornando possível tomar a melhor decisão.
– Autogestão ou controle emocional
Primeiro falamos sobre a capacidade de entender os sentimentos, agora vamos abordar a habilidade de gerir esses mesmos sentimentos. Sabemos que as emoções exageradas fazem as pessoas tomarem decisões impulsivas, certo? Nem precisamos explicar o quanto a impulsividade é ruim, pois ela sempre nos faz tomar decisões mal calculadas que não dão qualquer garantia de que vão fazer bem… ou de que não vão fazer tão mal.
Gerir tudo isso para que não sejamos conduzidos ao erro é fundamental. Se parar para pensar, é assim que empresas crescem e que pessoas ganham promoções. Além disso, evita que cometamos erros com aqueles a quem amamos.
– Consciência social
Nós não somos o centro do universo. Sim, às vezes é difícil ter isso em mente. Sempre há muita gente ao nosso redor, certo? Pessoas que vivem, sentem, se magoam, ficam alegres e com raiva. Todas são seres humanos assim como nós. Sendo assim, é muito importante que você tenha em mente que elas são diferentes. Você precisa saber navegar de uma para a outra, pois um bom líder sabe falar e lidar com vários tipos de pessoas.
Isso irá te ajudar a conhecer mais gente legal para criar laços e expandir seu ciclo, o que pode ser útil tanto social quanto profissionalmente.
– Gestão de relacionamento
Esse é um conjunto de habilidades que permite ajudar aqueles que estão ao seu redor. Essa ajuda pode ser por meio de motivação, de inspiração ou até com os relacionamentos que as pessoas têm umas com as outras.
Além de te tornar alguém a quem todos querem ter por perto, permite também que você – caso seja dono de uma empresa, trabalhe em equipe ou tenha uma família grande – mantenha o grupo sempre unido, motivado e produtivo.
Já compreendendo essas características, vamos às dicas para você desenvolver sua inteligência emocional:
1. Dê atenção ao seu corpo e comportamentos:
Preste atenção ao seu comportamento, Observe como você age quando está sentindo certas emoções e como isso afeta sua vida. Uma vez que nos tornamos mais conscientes disto, é fácil julgar e começar a atribuir rótulos ao nosso comportamento.
A grande dica é também ouvir o lado físico do seu corpo, sensações e sentimentos como calafrios, por exemplo, podem sinalizar que você precisa prestar mais atenção ao momento.
2. Reduza as emoções negativas
Um dos principais pontos ao desenvolver a Inteligência Emocional é ser capaz de gerir as suas emoções negativas. Evite saltar para uma conclusão negativa imediatamente e pense que as situações possuem várias opções de saída, basta você procurá-las.
Uma dica é escrever seus pensamentos e sentimentos, isso pode ajudar a externalizar e compreender melhor.
3. Lide de frente com o estresse e a ansiedade
Todos passam por momentos estressantes na vida ou se sentem ansiosos por algum motivo. Saber lidar com estas situações pode fazer a diferença entre o equilíbrio e a disfunção. Quando sob pressão, a coisa mais importante a ter em mente é manter a calma.
Dicas rápidas como lavar o rosto com água fria, tomar ar fresco, evitar cafeína ou fazer exercícios intensos podem mudar muito a maneira como nos sentimos.
4. Não julgue ou mude seus sentimentos com muita rapidez
Neste caso a pressa é inimiga da perfeição. A Inteligência Emocional é um processo gradual, pode ser lento e varia de pessoa para pessoa. Tente não descartar seus sentimentos antes de ter uma chance de pensá-los.
Emoções saudáveis muitas vezes se elevam e caem como uma onda, aumentando e desaparecendo naturalmente. Seu objetivo não deve ser “furar a onda” antes de atingir seu pico.
5. Pratique o “responder” ao invés do “reagir”
Segundo Goleman, o cérebro emocional responde aos acontecimentos de forma mais rápida do que o cérebro pensante. Por isso é importante se concentrar em suas ações e perceber a diferença entre o responder e reagir.
O processo de reagir é um processo inconsciente onde experimentamos um gatilho emocional e nos comportamos de forma inconsciente, expressando essa emoção de maneira instantânea. Já o responder é um processo consciente que envolve perceber como você se sente, depois decidir como você quer se comportar. Logo, tome seu tempo e não se deixe reagir de maneira impulsiva e imediata.
6. Pratique a empatia
A empatia é sobre entender o próximo, como alguém se sente ou se comporta de determinada maneira e poder comunicar essa compreensão a eles. O estado de empatia deve começar de você: quando se sentir ou se comportar de certa maneira, pergunte “Por que eu acho que estou me sentindo assim/fazendo isso?”
A primeiro plano a resposta será “Eu não sei”, mas continue prestando atenção aos seus sentimentos e comportamentos, e você começará a notar diferentes respostas que chegam. Isso nos torna mais sensíveis e abertos.
7. Crie um ambiente positivo
Criar um ambiente positivo não só melhora a sua qualidade de vida, mas pode ser contagioso para as pessoas ao seu redor. Perceba o que está indo bem, o porquê e onde você se sente agradecido em sua vida.
8. Conheça seus limites e saiba quando é suficiente
Há momentos em que é importante definir nossos limites adequadamente. Estes limites podem incluir o exercício do nosso direito de discordar, de dizer “não” sem se sentir culpado, de estabelecer nossas próprias prioridades e nos proteger da coação.
E é importante saber quando é hora de mudar o seu foco. A inteligência emocional envolve não só a capacidade de olhar para dentro, mas também de estar presente no mundo ao seu redor.
Como percebemos, o objetivo deve ser seguir melhorando a cada dia, pois o controle das emoções é um fator essencial para o desenvolvimento da inteligência de um indivíduo. Ao contrário do QI, a inteligência emocional é altamente flexível. À medida que você treina seu cérebro com novos comportamentos emocionalmente inteligentes, ele constrói os caminhos necessários para transformá-los em hábitos.
Então, como tenho enfatizado, o autoconhecimento e autodesenvolvimento é o caminho para seu crescimento pessoal e profissional. Mantenha foco nisso.
Comente sua trajetória nessa rota.
Cleisse Mello Coach
É Administradora de Empresas com MBA em gestão empresarial de negócios e especialista em docência do ensino superior. Possui 28 anos de experiência em gestão e planejamento estratégico em empresas nas quais ocupou cargos executivos. Uma profissional de destacada atuação na área de desenvolvimento humano especialista em gestão de negócios e Business coach de negócios e liderança.
Atua ainda como consteladora organizacional, além de possuir formação em DEP (Dinâmica Energética do Psiquismo). É facilitadora da metodologia Pathwork®, bem como consultora e instrutora organizacional, tendo cooperado na gestão e planejamento estratégico de inúmeros processos de melhoria e evolução em contextos humanos variados (pessoais, grupos, empresas e instituições). Tem exercido muita contribuição como Facilitadora de aprendizagem e mudança.