Você está preparado para receber a geração Z no seu time?
Eles chegaram: A Geração Z está ingressando no mercado em um período turbulento, mas promete revolucionar o jeito como se enxerga trabalho hoje.
A geração Z já vinha mexendo com o mercado, com a forma como consome e olha para os produtos – buscando valores sustentáveis, sociais e de impacto, exigindo posicionamento das empresas. Agora esse olhar se volta para o mercado de trabalho, onde eles vão exercer influência garantindo novos modos de funcionamento.
Até 2025, 27% da força de trabalho serão profissionais da Geração Z, de acordo com o Fórum Econômico Mundial. Isso mesmo, 27% da força de trabalho nos países da OCDE será de profissionais da Geração Z – aqueles nascidos do final dos anos 1990 ao início de 2010, embora outros dados coloquem esse número ainda mais alto. Ou seja, em apenas 3 anos, é provável que sua empresa viva um choque geracional, se é que já não está acontecendo.
À medida que mais membros da Geração Z entram na força de trabalho, pode parecer que linhas de batalha estão sendo traçadas entre funcionários mais jovens e trabalhadores mais estabelecidos (especialmente os Millennials). Com a força de trabalho multigeracional de hoje, os líderes não podem operar com uma única mentalidade.
Isso porque o mercado mundial está caminhando na direção desse pessoal que chega. Conhecê-los é mais do que saber o nome ou quem é cada um, mas sim, entender seus interesses, suas motivações, filosofias, e como já estão lutando por um mundo melhor, mais igualitário para todos, e o quanto tudo isso impacta no comportamento e consumo de produtos e serviços.
Esta é uma geração que prioriza a experiência e não apenas o produto, foca no que pode aprender e viver com o ambiente, procura lugares que reconheçam e se preocupem com pessoas além do trabalho operacional e técnico. Questionam, querem de fato entender e se preocupam com inovação, em uma era com muita trend e atualizações, a geração Z se preocupa com a saúde mental, emocional e no dia a dia, procuram tarefas desafiadoras e ambientes dinâmicos, são pessoas com estímulo muito aversivo à monotonia e estagnação. Preferem incertezas e altos riscos mirando em assertividade agressiva e mudança, do que segurança e estabilidade para resultados medianos.
Isso significa que, no dia a dia, a geração Z está remodelando o que se entende por jornada de trabalho, focando mais na qualidade das entregas e menos no tempo que passa dentro da empresa. Claro que esse modelo foi acelerado pela pandemia, que trouxe estofo para que eles reivindicassem espaços de trabalho mais flexíveis e autônomos. Buscam tendências como semana com 4 dias de trabalho e o nomadismo digital, que estão ganhando ainda mais força a cada dia.
Mas o fato principal é que eles estão sem tempo para a velha economia e isso pode ser fundamental para as empresas que desejam avançar em um mercado cada vez mais competitivo, seguindo tendências mais digitais.
Mesmo vendo o movimento com força total, das empresas, em busca do retorno aos escritórios, acreditamos que esta geração requer praticidade, então se não há necessidade de ir ao escritório, por que fazê-lo?
E no meio disso tudo, como fica o papel da liderança?
Com os avanços digitais e a pandemia surgiram novos anseios dos colaboradores, evidenciando a necessidade de um espaço de transparência e acolhimento, considerado, inclusive, uma parte do salário emocional.
Com as demandas da Geração Z, a liderança deve estar atenta, ouvir mais e cocriar soluções. São as trocas multigeracionais, com pessoas de diferentes idades e repertórios, que cativam a liberdade que permitem uma construção de ideais com foco na transformação social. Uma boa liderança deve estar atenta para saber dialogar para construir espaços seguros para isso.
A linha de comando e controle faz menos sentido e muda o papel, pois o líder da geração Z não é um líder autoritário, cético e inacessível. O líder dessa geração costuma trabalhar em uma linha horizontal, fazendo provocações para que o liderado se desenvolva e não comandando/restringindo/reprimindo. Isso faz parte da construção de uma cultura diferente dentro da empresa.
Entretanto, um problema a ser considerado, é que são pessoas que podem ter facilidade em desistir, podem ter um perfil mais desapegado, escalando um nível de dificuldade para as lideranças.
Nas empresas, eles buscam espaço de desenvolvimento profissional, mas principalmente de conexão com seus propósitos, galgando culturas mais inclusivas, abertas e menos hierárquicas, colocando o trabalho como mais uma parte da vida.
A líder precisa se perguntar: o que é preciso para ser um líder melhor para a minha equipe? Como reter essa geração?
Conceitos clássicos como “reter talentos” e “deixar as portas abertas” mudam de paradigma com a Geração Z. Ao invés de tentarmos “mimar”, é mais importante deixarmos os profissionais à vontade para que saibam que podem sair a qualquer momento, mas que também, dentro da empresa, estamos frequentemente fazendo o máximo para que eles tenham o melhor ambiente de trabalho e possibilidade de crescimento profissional e pessoal.
Os líderes precisam de foco, que ajudem o time a organizar seu fluxo de trabalho. É uma geração acostumada com multitarefas, muitas boas ideias e, também, muita distração. Esse suporte pode fazer toda a diferença na produtividade do time.
Os líderes precisam ser inspiradores. É uma geração que busca propósito nas coisas e, caso o líder seja muito autoritário à moda antiga, ou ainda motivador como um técnico de futebol, ele corre sérios riscos de não ter a verdadeira admiração da equipe.
Os líderes precisam estar sempre dispostos a ouvir. Tanto para Millennials como para a Geração Z, é importante que o ambiente de trabalho seja um espaço seguro e aberto às novas ideias. Isso é ainda mais essencial em empresas onde a criatividade e inovação são cruciais.
É, portanto, essencial para aqueles que lideram a Geração Z serem honestos, abertos e transparentes, se desejam ganhar e manter sua confiança. E prepare-se para muitos feedbacks!
Por estarem expostos o tempo inteiro (principalmente pelas redes sociais), o julgamento é um fator limitante para a performance da Geração Z, e isso é um dos primeiros desafios do líder: pensar empaticamente a carreira da outra pessoa e passar a confiança para que o liderado confie no seu potencial e escute menos a chamada “plateia invisível”, uma voz limitante que parte da própria pessoa.
Para finalizar, deixo a dica para quem quer encantar os novos ingressantes do mercado e provocar o seu engajamento. Como a instantaneidade foi colocada no centro do debate e, hoje, é a estrela guia dessa garotada, lembramos que o diálogo precisa ser cada vez mais assertivo. Pois, para quem se acostuma a consumir pílulas de conteúdo, com não mais de 30 segundos, uma reunião facilmente é taxada como entediante. Então atente-se a essas 4 dicas:
- Invista no crescimento
- Delimite objetivos
- Forneça autonomia
- Promova uma atuação flexível
Se precisar de ajuda para lidar com essa adaptação, conte comigo!
Cleisse Mello Coach
É Administradora de Empresas com MBA em gestão empresarial de negócios e especialista em docência do ensino superior. Possui 28 anos de experiência em gestão e planejamento estratégico em empresas nas quais ocupou cargos executivos. Uma profissional de destacada atuação na área de desenvolvimento humano especialista em gestão de negócios e Business coach de negócios e liderança.
Atua ainda como consteladora organizacional, além de possuir formação em DEP (Dinâmica Energética do Psiquismo). É facilitadora da metodologia Pathwork®, bem como consultora e instrutora organizacional, tendo cooperado na gestão e planejamento estratégico de inúmeros processos de melhoria e evolução em contextos humanos variados (pessoais, grupos, empresas e instituições). Tem exercido muita contribuição como Facilitadora de aprendizagem e mudança.