O que fazer para mudar o jogo

O que fazer para mudar o jogo

junho 27, 2022 0 Por Cleisse Mello

Estamos falando já a algum tempo, sobre a importância de reavaliarmos a rota e reordenar nosso planejamento para atingir as metas e objetivos traçados para este e o próximo ano.

Este é um bom momento para aprofundar as avaliações dos pontos que estão e os que não estão alinhados com os resultados que se quer obter.

E para dar um novo formato nessa avaliação, indico o filme “Moneyball: O homem que mudou o jogo”, baseado em fatos reais, que nos mostra diversos ensinamentos interessantes que podem te ajudar a enfrentar obstáculos e a lidar com as frustrações.

O filme é uma aula de inovação, gestão estratégica e de como enfrentar desafios diante das adversidades. A inovação que pode mudar o jogo é o foco do filme. Muitas vezes pensar fora da caixa e fazer tudo diferente pode ser a única saída.

Isso porque, na Era da Disruptura, de uma hora para outra uma empresa (ou seu competidor) pode descortinar uma nova possibilidade para o negócio. E se ela tiver a coragem de um Billy Beane de questionar os paradigmas vigentes, desativar o piloto automático e realizar as mudanças necessárias, pode provocar uma inovação no modelo do negócio e um salto na geração de valor.

A grande questão de liderança e estratégia encontrado no filme: Após perder os seus três melhores jogadores, o gerente geral do time de beisebol americano Oakland Athletics (Billy Beane) decide se aliar a um jovem economista recém-formado.

Esse profissional então propõe usar as estatísticas e indicadores de desempenho para montar uma equipe com base em habilidades específicas de cada jogador. A ideia ia contra toda uma tradição do esporte e à maneira de se amparar no talento individual de um jogador para estruturar as estratégias de vitória de um time.

Assim, a proposta era defender o esforço coletivo para ter sucesso ao colocar cada jogador com sua habilidade na posição certa.

Assumir riscos traz insegurança, mas é também fundamental para mudar as formas de se fazer as coisas. E quando Billy Beane, precisa montar um time sem recursos financeiros para a Major League em 2002, ele entende que para ter algum êxito precisará alterar completamente a rota. Assim, assume um grande risco ao adotar uma estratégia totalmente nova. Ele de alguma forma parte para o tudo ou nada.

Como muitas ideias inovadoras, elas podem se chocar com o modelo tradicional. E muitos conservadores podem considerá-las ser pura insanidade. No filme, Beane sofre este preconceito e por acreditar e insistir nessa ideia, quase é demitido. Apesar das dificuldades, ele insiste no modelo, analisa o que está errado e corrige, até finalmente conseguir os resultados previstos.

Mas o que temos presenciado, na maioria das empresas, é um aprisionamento em paradigmas que respondem pelo sucesso no passado, mas que impedem a entrada de um novo sistema de crenças mais adequado ao espírito dos novos tempos. Esta armadilha, difícil de ser desarmada, pode boicotar, direta ou indiretamente, qualquer movimento de ruptura (breakthrough) na Estratégia.

Já que estamos falando de estratégias, vamos ver algumas que foram utilizadas no filme, e podem ser aprendidas pelas empresas e que pode ajudar a mudar a rota:

  1. Um baixo orçamento é incentivo para pensar diferente:
    Para muitos empreendedores a falta de recurso financeiro é um grande problema. Porém, muitas vezes a inovação só é possível porque um baixo orçamento lhe faz pensar de forma diferente. Mudar a estratégia no meio do caminho pode ser necessário. Mudanças de rota são necessárias. Não insista em algo que não está dando certo. Se precisar adaptar a estratégia para que uma situação melhor, não hesite e mude rápido.
  2. Inovar na maneira de liderar é importante:
    Assim como no filme “O Homem que Mudou o Jogo”, você deve estudar a melhor maneira de motivar a sua equipe. Além disso, entenda qual é o potencial de cada um e extraia o melhor dos membros do seu time para assim alcançar bons resultados.
  3. Persistência é fundamental ao enfrentar resistência:
    Todo empreendedor que propõe uma nova ideia sofre resistência de pessoas mais conservadoras e acostumadas com as maneiras mais tradicionais de se fazer algo. Por isso, persista e seja resiliente. Acredite na sua proposta e seja firme ao defendê-la.
  4. Mudanças e cenários:
    No filme fica muito claro que tem um sistema funcionando durante anos do mesmo jeito. Com custos e necessidades de investimentos anuais altos, todo o processo dificultava a vida de pequenos times (empresas) e cada vez mais os distanciava das grandes equipes. Avaliar o cenário e entender que fazer igual não vai mudar o jogo foi a grande sacada do personagem. Esse tipo de visão é algo que poucos empreendedores têm como habilidade.
  5. Tempo e resultado:
    As pessoas buscam criar inovação, mas esperam alcançar resultados imediatos, ou seja, têm que dar certo no primeiro momento de análise. O filme mostra muito a necessidade de aguardar para realmente alcançar novos patamares e deixa claro que acreditar é o caminho, pois, se mantivermos o nosso ideal, as coisas acontecerão e realmente mudaremos o jogo.
  6. Eu quero, mas os outros não:
    Inovar e fazer diferente, já é muito complicado como processo, demora e são poucas as pessoas que conseguem alcançar grandes resultados. Porém, um dos maiores problemas a se encarar é o ambiente ao nosso redor. Quando estamos em zona de conforto ou acomodados com algum sistema, não queremos favorecer a mudança. Persista. Manter o seu foco e identificar como lidar nesses cenários é importante para vencer e alcançar metas.
  7. As conquistas e o caminho:
    A melhor mensagem do filme não é o foco na ideia inovadora ou as dificuldades para alcançar o sucesso, mas a importância de apreciar o caminho. O aprendizado e a experiência de vida não vêm no início ou fim de uma trajetória, mas em como vivemos cada momento. A gente se transforma nesse caminho e encaramos nossos medos. Saber andar de forma equilibrada dentro da estrada do sucesso é a melhor rota para chegar ao nosso destino.

Uma grande lição que ficou foi: Não vale mais o velho ditado “Não se mexe em time que está ganhando” pois, pode ser uma armadilha fatal. Para continuar vencendo é necessário ajustes constantes.

Um ponto interessante a ser considerado também, é que se iniciou uma grande inquietação provocando a ira nos times concorrentes: como é possível um dirigente, ex-jogador fracassado, sem orçamento, ir contra tudo e todos, vencer 20 jogos seguidos e fazer um milagre na história do baseball, e aqueles times com recursos milionários e alto poder de barganha não serem os autores daquela revolução? Tiveram que parar e olhar também para suas realidades e Inconformados, se adaptaram e viraram o jogo, imitando a estratégia do Oakland.

E esta é uma grande lição da estratégia: ela está sempre em movimento porque o mundo está sempre em movimento. Acomodar-se em uma estratégia vencedora sem contemplar que seu sucesso estimula os imitadores é desprezar o poder oculto do óbvio.

Não deixe de assistir ao filme “Moneyball” – O Homem que Mudou o Jogo” e procure perceber como o filme é rico em metáforas e situações que todos nós enfrentamos diariamente no mundo corporativo, no esforço de desafiar e implementar uma nova estratégia.

Um filme que vale a pena ser visto, mesmo para quem não entende nada de baseball.

Filme: O homem que mudou o jogo

Cleisse Mello Coach

É Administradora de Empresas com MBA em gestão empresarial de negócios e especialista em docência do ensino superior. Possui 28 anos de experiência em gestão e planejamento estratégico em empresas nas quais ocupou cargos executivos. Uma profissional de destacada atuação na área de desenvolvimento humano especialista em gestão de negócios e Business coach de negócios e liderança.

Atua ainda como consteladora organizacional, além de possuir formação em DEP (Dinâmica Energética do Psiquismo). É facilitadora da metodologia Pathwork®, bem como consultora e instrutora organizacional, tendo cooperado na gestão e planejamento estratégico de inúmeros processos de melhoria e evolução em contextos humanos variados (pessoais, grupos, empresas e instituições). Tem exercido muita contribuição como Facilitadora de aprendizagem e mudança.