Mexeram no nosso queijo, e agora?
Estava nesse final de semana organizando alguns livros e pensando em quanto conhecimento e oportunidades estão disponíveis em cada um deles e me deparei com o livro “Quem mexeu no meu queijo” de Spencer Johnson. Fiz uma viagem no tempo. Livro antigo, que tem o objetivo de ser motivacional, muito utilizado nas empresas, e que desperta em seus leitores a necessidade e a coragem de abandonar a zona de conforto e enfrentar o labirinto.
Pensando nas lições que ele traz, percebo que seu conteúdo ainda é muito atual nos nossos desafios do momento. Estamos falando o tempo todo em mudanças, adaptabilidade, trabalho remoto e interações digitais. Isso é um grande labirinto que estamos atravessando, para chegar no outro lado que nem sabemos direito como será.
Pensando na história do livro ela é uma parábola simples que revela verdades profundas sobre mudança. É uma estória divertida e esclarecedora sobre quatro personagens, dois ratos e dois humanos do mesmo tamanho dos roedores, que vivem em um labirinto em eterna procura por queijo, que os alimenta e os faz feliz.
O queijo é uma metáfora daquilo que se deseja ter na vida, seja um bom emprego, um relacionamento amoroso, dinheiro, saúde ou paz espiritual. O labirinto é o local onde as pessoas procuram por isso: a empresa onde se trabalha, a família ou a comunidade na qual se vive. Nessa estória, os personagens se defrontam com mudanças inesperadas e repentinas (percebem alguma semelhança aqui?).
Segundo o autor da obra “Quem mexeu no meu queijo”, Spencer Johnson, “o labirinto era um emaranhado de corredores e divisões contendo um queijo delicioso. Mas também havia cantos escuros e becos sem saída. Era um lugar fácil para se perder. Contudo, para aqueles que encontravam o caminho, o labirinto continha segredos que lhes permitia ter uma vida melhor”.
Cada um de nós tem a sua própria ideia do que é um ‘queijo’ e o procuramos porque acreditamos que nos fará felizes. Se o obtemos, frequentemente ficamos ligados a ele. E se o perdemos, ou se nos é tirado, isso pode ser traumático. O labirinto, na estória, representa o lugar onde você gasta tempo procurando pelo que quer. Pode ser a organização em que trabalha, a sociedade em que vive ou os relacionamentos que têm em sua vida.
Um labirinto nos remete à dificuldade e complicações. Percebemos então a analogia do labirinto com as dificuldades que enfrentaremos, caso decidíssemos sair do labirinto. Estávamos trafegando pelo labirinto conhecido e de repente, tudo se transforma. O labirinto não mostra mais as mesmas saídas, precisamos percorrer outros caminhos.
Nesse momento em que atravessar tantos desafios e adaptações, fazer ajustes, aprender coisas novas, utilizar as redes sociais para ser visto e se relacionar, o labirinto tem sido muito comprido e o emaranhado do percurso tem deixado muitas pessoas perdidas e desanimadas no caminho.
O convite para desvendarmos esse labirinto que estamos hoje, é a nossa saída da zona de conforto, que jamais se dará em uma linha reta e sem obstáculos, até chegarmos ao nosso destino. Nosso caminho será tortuoso e repleto de dificuldades. É nesse ponto que muitos desistem de tentar sair da zona de conforto ou até chegam a sair, mas se arrependem e tentam voltar. É comum ter muitas pessoas desesperadamente querendo a sua vida “normal” de volta. Se é que já foi normal algum dia…
Você deve estar realizando uma autoanálise ao ler isso e provavelmente tentando se identificar com a sua zona de conforto. Fazemos isso o tempo todo. Queremos mudar, mas não renunciamos a nada. Como dizia nosso querido Albert Einsten: “Insanidade é continuar fazendo a mesma coisa e esperar resultados diferentes”. Só que nesse momento não podemos fazer mais as mesmas coisas, mas insanamente queremos voltar.
Mas, você também pode estar desenvolvendo o desejo de sair, explorar e mudar o mundo, porém pensa nas dificuldades que atravessarão o seu caminho e com isso pode ficar “em cima do muro”. Sim, terá muitos e novos desafios.
Nesses momentos em que estamos na entrada do labirinto para fazer a travessia, não é possível ficar olhando para ele e desejar estar do outro lado. É preciso coragem, determinação, disciplina e vontade de fazer a travessia. O novo momento pede que sejamos realistas e que estejamos atualizados e adaptados, utilizando novas ferramentas para encontrar novamente o “queijo”. E tudo isso é possível. Só não precisamos atravessar correndo, é preciso dar passos e um de cada vez. Confiar nas nossas habilidades e experiências.
O medo quase sempre impede de tomar a iniciativa. O medo pode não deixar você sair e enfrentar o labirinto. Mas, lembre-se: O labirinto, por mais feio, complicado e sombrio que possa ser, pode nos levar para um lugar aconchegante, seguro e muito prazeroso. Arrisque. Pode se surpreender!
Quem Mexeu no Meu Queijo? é um livro motivacional escrito por Spencer Johnson. O livro apresenta uma parábola envolvendo quatro personagens: dois ratinhos, Sniff e Scurry, e dois “duendezinhos”, Hem e Haw.