Intergeracionalidade, a sinergia fundamental nas empresas.
Desde março de 2020, que temos enfrentado desafios de inúmeras formas, e no mundo dos negócios principalmente. Com o impacto da pandemia da Covid-19 e o cenário de incertezas, a clareza se tornou um recurso precioso que muitos buscam e poucos têm.
Foi necessário muito aprendizado, que nos solicitou mudanças de comportamentos, tanto a nível individual quanto coletivo. As empresas precisaram fazer ajustes críticos necessários para se adaptarem e seguirem em novo formato. Estes ajustes incluem: A experimentação ascendente; resolução de problemas com pequenas equipes ágeis; esquecer as regras e ferramentas que atrasam as coisas; e dedicar tempo de liderança ao aprendizado e ação.
Com todo esse movimento e ajustes, precisamos incluir que não foram só adequações ao mundo digital que pediu atenção, mas todo o negócio precisou de novas estratégias.
Isso traz à tona uma questão bem antiga, mas totalmente atual, que é a necessidade de intensificar a intergeracionalidade, que é a interação entre membros de diferentes gerações, participando dos processos conjuntamente nas empresas. Isso porque não se deve considerar apenas utilizar a opção de trazer talentos jovens para a inserção das novas tecnologias, é preciso incluir e ampliar a experiência e a diversidade nas empresas, dando sincronia para as demandas do momento, porém, sem tirar os olhos do futuro.
Mas, as empresas estão preparadas para lidar com um público interno composto, em boa parte, por profissionais com 60 anos ou mais e outros com 20 anos ou menos?
Ao contratar os Millennials (aquela geração nascida entre 1980 e 2000), ou a geração Z (nascidos depois de 2001), estamos incluindo um grupo que chega com muito gás e totalmente antenados ao mundo das tecnologias, com a ousadia latente, forte determinação e inovação nas veias. Esse parece ser o caminho que a maioria das empresas está fazendo no momento. E a experiência? Esses jovens ainda não estão preparados para muitas situações. A opção inovadora e como solução para minimizar o impacto do tempo de execução das novas estratégias é incluir seniores no cenário empresarial.
Então, como será conciliar esses dois mundos e aumentar a participação dos profissionais mais experientes nas empresas?
Esse é um bom desafio nesse caldeirão turbulento para agilizar as mudanças necessárias.
Percebemos que muitas empresas já integram profissionais seniores em suas equipes e neste sentido os colaboradores mais jovens poderão beneficiar de seus ensinamentos em equipes intergeracionais. Estas empresas acreditam que a experiência destes profissionais agrega valor às suas organizações, pois entendem que com o passar da idade, o ser humano adquire novas competências que permitem uma visão sistêmica na antecipação e resolução de problemas.
E o elenco jovem? A geração Z é nativa digital, ou seja, o primeiro grupo de indivíduos que nasceu digital, conectado, móvel e que nunca viu o mundo sem internet. Um grupo hiper cognitivo, capaz de perceber múltiplas realidades, presenciais e digitais, ao mesmo tempo. Eles estão mais interessados do que qualquer outra geração em discussões sobre raça e etnia, direitos humanos e sustentabilidade.
Ao compartilhar experiências com os mais jovens, os seniores se enriquecem e fazem enriquecer, reavaliando seus conceitos e preconceitos, em atitude que facilita a socialização. Essa relação intergeracional é valorizada sob a forma de solidariedade.
A solidariedade intergeracional pode ser um fio condutor para a reversão de determinados valores, contribuindo para a ruptura de preconceitos, e agregando novas habilidades no contexto organizacional, tão requisitado nesse cenário.
Quanta riqueza cada grupo agrega. E quanta contribuição podem trazer.
Mas, infelizmente, observamos que por mais que a presença dos seniores nas empresas esteja cada vez maior, esses profissionais ainda enfrentam muitas dificuldades e resistência de diversas organizações em contratá-los.
Se pensarmos que no Brasil não se investe em aprendizado ao longo da vida. Adquire-se o conhecimento na juventude e para por aí. Ainda são raras as empresas que investem em material humano, que é o recurso mais importante que ela tem, seja pública ou privada. Sendo assim, muitos profissionais buscam suas capacitações e novas habilidades, investindo em autodesenvolvimento e na experiência do dia a dia, o que torna muitos seniores fundamentais na cultura das empresas.
Tudo isso reforça o que muitos especialistas já indicam como oportunidade para muitos negócios: A tomada de decisões, a capacidade de resolver problemas, o nível de criatividade e de inovação aumentam exponencialmente e são mais assertivas em um ambiente intergeracional.
Então, o que as empresas estão esperando? Essas são algumas vantagens dessa rica interação:
– Disposição e experiência na equipe
– Aprendizado coletivo
– Estímulo à criatividade organizacional
– Contribuição para a inovação
E vale a dica: A sabedoria de um líder eficaz é saber aproveitar as diferenças das competências de todos, de forma sinérgica com um olhar diferente e transformador nas organizações.
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