Confiança: 1º passo para uma liderança inspiradora
Quem ainda não ouviu a expressão: O líder é o espelho da instituição? Assim, se ele não inspirar a confiança para os liderados, fornecedores e clientes, isso refletirá diretamente no resultado financeiro. Sim, esse é um dos principais desafios de líderes e instituições.
Pensando nesse início de ano, que todos já estão com suas metas na mira e em busca de novos e/ou melhores resultados, vamos começar os artigos desse ano focando nas competências fundamentais para quem precisa ser farol para outros.
Vou repetir para enfatizar, mas já sabemos que a liderança consiste em influenciar pessoas, alinhando os seus objetivos e definindo ações para atingir resultados. Logo, a menos que o líder inspire confiança nas pessoas, as empresas terão maiores dificuldades em busca do que anseiam atingir. E, para que uma pessoa em um cargo de liderança consiga obter os resultados esperados, terá que quebrar muitas barreiras, demonstrando para a equipe, por meio de atitudes positivas, que é digna de confiança.
Mas vamos falar um pouco em confiança: Confiar é um ato que condiciona interações humanas e decisões tomadas em diferentes âmbitos da vida. No mundo corporativo, não é diferente, a liderança e a confiança são determinantes para relações de comprometimento e resultados de gestão. E nesse momento em que estamos em diversos modelos de trabalho e jornadas hibridas, a confiança passou a ser fundamental para o sucesso do trabalho em equipe.
E a confiança só existe quando é possível determinar como a outra pessoa se comportará. Para que isso aconteça, as pessoas levam em conta pequenas atitudes adotadas pelos líderes no dia a dia, que são:
- Cumprir prazos: pessoas que não cumprem prazos não passam credibilidade e, pior, caem no descrédito. Caso surjam problemas, não espere para dizer no ato da entrega. Antecipe-se e reveja os prazos, mas sempre entregue até a data estipulada.
- Comunicar-se abertamente: mantenha as portas abertas para a sua equipe. Problemas sempre existirão e você tem que estar preparado para ajudar, apontar soluções e, principalmente, reconhecer os seus erros em muitas situações.
- Cumprir promessas: não prometa o que você não pode cumprir ou coisas que ainda não sabe se acontecerão. O mercado é dinâmico e projetos podem ser mudados. Por este motivo, só crie expectativas de coisas que você conseguirá realizar ou as pessoas não acreditarão em nada mais do que você prometer.
- Demonstrar empatia: a empatia envolve, além de colocar-se no lugar do outro, entender os motivos que a levaram agir de determinada forma. Para isso, é necessário desenvolver o autoconhecimento e, sobretudo, saber ouvir. Essa qualidade irá conectá-lo com o liderado e o ajudará a tomar decisões melhores.
- Respeitar as pessoas: todos cometem erros, inclusive você. Portanto, trate as pessoas de forma respeitosa e seja sempre honesto e transparente.
É importante considerar, também, outros aspectos que complementam os anteriores: estender a confiança, delegar, agir com consistência e acima de tudo, não perder a autenticidade.
É muito importante reforçar que a confiança é uma competência a ser praticada em conjunto, pois ela representa o reflexo da atenção às prioridades, ao que impulsiona o capital humano e à maneira como os desafios comuns e individuais são enfrentados no dia a dia. Um ambiente corporativo baseado em confiança proporciona:
- maturidade
- facilidade na gestão de conflitos
- bons níveis de engajamento
- alta produtividade
- colaboração
- crescimento dos resultados
- planejamentos participativos
Quando a confiança é conquistada, o líder consegue influenciar as pessoas de forma positiva e gera sinergias por meio do bom relacionamento interpessoal. E, com certeza, estando atento a estes aspectos conseguirá levar as pessoas à alta performance e a sua organização a resultados extraordinários.
Nas relações organizacionais precisamos lembrar que temos três tipos de confiança. A depender de como a gestão e a liderança conduzirão suas equipes, refletirá no resultado da empresa:
a) Confiança por intimidação: é o medo do liderado receber uma punição de autoridade no ambiente de trabalho, por não ter realizado uma determinada tarefa.
b) Confiança baseada no conhecimento: onde se concentra a maior parte das relações organizacionais tendo como base o comportamento como resultado histórico de interações. É uma confiança baseada na informação. Quanto mais e melhor se conhece alguém, poderá prever o que ela irá realizar. O nível de conhecimento neste caso, não é destruída por falta de comportamento inconsistente, são interações consistentes abertas e honestas e que dificilmente seriam destruídas.
c) Confiança baseada na identificação construída por funcionários que permanecem nas organizações: é quando se forma base solida através de uma construção de clima através dos anos de convivência. Esta forma tem sido substituída pela confiança baseada no conhecimento, na maioria das empresas.
Temos aqui, algumas orientações para o líder considerar na construção da confiança com suas equipes, que o ajudará a desenvolver ou ampliar os níveis de confiança nas suas empresas:
- Autoconsciência: É importante que os gestores tenham consciência sobre as próprias ações e seus impactos na rotina de trabalho. É necessário que também compartilhe esse ponto de vista junto ao time.
- Processamento equilibrado: As lideranças são responsáveis pela visão macro das atividades e projetos. Cabe a elas a tomada de decisão que precisam, levando em consideração vários pontos de vista. Uma relação de confiança com os colaboradores depende da capacidade de análise sobre fatos e acontecimentos da forma mais imparcial possível.
- Perspectiva moral: Um gestor deve atuar de forma equilibrada, atendendo às exigências da equipe e demonstrando princípios morais para servir de exemplo ao time. Fazer uso do bom senso e pensar sempre no coletivo são premissas que fazem parte dessa dimensão.
- Transparência relacional: Não adianta somente desejar que as pessoas confiem em seus líderes. Eles precisam demonstrar, durante o exercício de suas funções, provas de transparência e comportamentos genuínos com naturalidade.
- Estabelecer um propósito: Com resultados de indicadores em mãos e a clareza sobre os valores da empresa, pode-se conectar as ações ao propósito. Ter essa direção facilita a comunicação e orienta o grupo rumo a objetivos em comum, para a conquista de uma cultura consistente.
- Definir estratégias: Seja para construir o senso de confiança ou para fazer a manutenção dele, pensar estrategicamente faz toda diferença.
Finalizando nossa reflexão, ressalto que o desenvolvimento da liderança e a confiança nas organizações também depende de líderes seguros, pois tudo o que abordamos aqui, comprova o quanto é efetivo capacitar e preparar os gestores do time para os desafios a serem enfrentados. Nenhum líder está pronto, mesmo porque o dinamismo e as mudanças do mercado exigem atualização frequente.
Mantenha- se atualizado e atento. E conte comigo!!
Cleisse Mello Coach
É Administradora de Empresas com MBA em gestão empresarial de negócios e especialista em docência do ensino superior. Possui 28 anos de experiência em gestão e planejamento estratégico em empresas nas quais ocupou cargos executivos. Uma profissional de destacada atuação na área de desenvolvimento humano especialista em gestão de negócios e Business coach de negócios e liderança.
Atua ainda como consteladora organizacional, além de possuir formação em DEP (Dinâmica Energética do Psiquismo). É facilitadora da metodologia Pathwork®, bem como consultora e instrutora organizacional, tendo cooperado na gestão e planejamento estratégico de inúmeros processos de melhoria e evolução em contextos humanos variados (pessoais, grupos, empresas e instituições). Tem exercido muita contribuição como Facilitadora de aprendizagem e mudança.