É fundamental aceitar o complexo para evitar o complicado
Já percebeu que quando os processos de transformação se tornam complicados, eles impedem o fluxo ao invés de liberá-lo? Pois bem, nesses momentos é essencial reaprender a fluir. A maioria das pessoas utiliza os termos complexo e complicado de forma equivalentes. Outras utilizam complexo para se referirem a algo extremamente complicado. Na verdade, um sistema complexo opera com uma lógica distinta de um sistema complicado. Trata-se de dois diferentes tipos de sistemas, não de graus de complicação. Já trouxemos essa reflexão em outros momentos, desta vez vamos olhar de outro ângulo.
É muito comum a confusão entre o complexo e o complicado, essa é uma das maiores dificuldades que as empresas encontram para se alinharem a novas formas de operar, com modelos mais modernos, ágeis e alinhados com a nova economia e cenários.
Pois bem, esta dificuldade no entendimento do complexo, que por sua vez, é fruto direto de um legado mecanicista nos modelos de educação e de gestão. E isto interfere inevitavelmente, na maneira como fomos ensinados a gerenciar. E por mais complicados que sejam, estes modelos mecânicos evitam a complexidade, porque operar no complexo demanda aceitar a incerteza e a transformação natural do próprio sistema a cada ciclo.
Muitos insistem em manter, essa forma de lidar com as situações, achando que estão mantendo os controles dos processos. Já estamos aprendendo bastante, que a adaptabilidade é um dos pontos fortes, que todo líder e empresas devem estar focados. Logo, esse modelo não está mais adequado neste cenário que exige agilidade e flexibilidade.
Primeiro é importante compreendermos a diferença entre os dois tipos de sistemas. Esse entendimento é fundamental para liderar empresas com sucesso. A eficiência no modelo mecânico se dá a partir do controle e da repetição exata das variáveis, já a complexidade implica na consciência de que é natural aos sistemas que cada ciclo seja único, e sua singularidade é resultado do fato de que ele é composto por muitas variáveis, e a probabilidade de que todas as variáveis se repitam exatamente da mesma forma, é muito pequena. Logo, cada ciclo é novo em relação ao anterior e diferente do ciclo seguinte.
Quando a liderança presume que uma organização se trata de sistema complicado, quando na verdade ele é complexo, você verá gerenciamento baseado em ordens diretivas e simples, como dirigir um carro.
Ao entendemos que uma empresa se trata de um sistema complexo, nos orientamos para aproveitar desse fato. E aí fica claro porque devemos trabalhar a cultura da qualidade através do alinhamento contínuo do propósito individual e organizacional, porque sistemas de gestão que funcionam muito bem tem uma característica marcante: capacidade de auto-organização.
Muitas instituições e líderes seguem combatendo moinhos de vento enquanto deveriam aceitar que o vento mudou, quando o passo atual é desligar os motores e aprender a subir as velas e aceitar com prazer e curiosidade a direção proposta. Desta forma toda a força do sistema estará a favor do movimento, e não contra eles. A velocidade cresce e o desgaste diminui.
É preciso entender o vento e compor com ele para criar a sua rota e usar as forças e informações disponíveis ao redor para irem mais longe e mais rápido. Mais importante ainda, devem perceber e aprender a lidar com as resistências não conscientes e as forças em si mesmos, que lentificam ou impedem a liberação do novo e criação de modelos mais potentes.
Cleisse Mello
É Administradora de Empresas com MBA em gestão empresarial de negócios e especialista em docência do ensino superior. Possui 28 anos de experiência em gestão e planejamento estratégico em empresas nas quais ocupou cargos executivos. Uma profissional de destacada atuação na área de desenvolvimento humano especialista em gestão de negócios e Business coach de negócios e liderança.
Atua ainda como consteladora organizacional, além de possuir formação em DEP (Dinâmica Energética do Psiquismo). É facilitadora da metodologia Pathwork®, bem como consultora e instrutora organizacional, tendo cooperado na gestão e planejamento estratégico de inúmeros processos de melhoria e evolução em contextos humanos variados (pessoais, grupos, empresas e instituições). Tem exercido muita contribuição como Facilitadora de aprendizagem e mudança.